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“Esquecidos no sofá”: por que o Brasil precisa urgentemente repensar como trata seus idosos com o envelhecimento populacional

  • Foto do escritor: Redação - Casa da Praia
    Redação - Casa da Praia
  • 5 de jun.
  • 2 min de leitura


Se você acha que o abandono de idosos é um tema distante da sua realidade, talvez seja hora de rever esse pensamento. Os dados são duros, mas os exemplos internacionais mostram que dá para fazer diferente.


No Brasil, o número de idosos cresce ano após ano, o conhecido envelhecimento populacional. Segundo o Censo do IBGE de 2022, o país tem mais de 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o que representa um crescimento de 57,4% em apenas 12 anos. Em resumo? Estamos envelhecendo bem rápido!


Mas a pergunta que incomoda é: estamos prontos para envelhecer com dignidade?

Infelizmente, os sinais dizem que não! Só nos cinco primeiros meses de 2023, o Disque 100 recebeu quase 20 mil denúncias de casos de abandono de idosos. E esse número é apenas a ponta do iceberg, já que boa parte das situações não chegam nem a ser a ser denunciada.


senhora sentada no sofá de casa
Idosos passam o dia sozinhos tendo apenas a TV como companhia.


O abandono nem sempre é físico. Muitas vezes é emocional. É deixar o idoso sozinho, dias a fio na frente da TV, sem escuta, sem afeto, sem propósito. Como se a vida dele já tivesse passado. E aqui vai um lembrete desconfortável: ninguém “vira idoso” do dia pra noite. É uma estrada que todos nós vamos percorrer, se a vida permitir.


Agora, vamos atravessar o mundo até o Japão.


Lá, os idosos são tratados como verdadeiros tesouros. Existe até um feriado nacional, que se chama "o Keiro no Hi", só para homenagear os mais velhos. As famílias, muitas vezes, vivem juntas por gerações e escutam com orgulho os conselhos da avó de 92 anos. Envelhecer, no Japão, não é um peso. É um status.


No Brasil ainda temos muito o que aprender com esse olhar. O idoso por aqui é muitas vezes visto como um fardo. E isso não acontece só nas famílias, mas também nas políticas públicas, nos serviços de saúde, no mercado de trabalho e até nas conversas do dia a dia.


Você já ouviu (ou disse) frases como:




“Ele é velho, nem entende mais nada.”

“Minha avó não liga, ela só fica em casa mesmo.”

“Ah, já viveu bastante…”


Esse tipo de pensamento, disfarçado de normalidade, alimenta a ideia de que o idoso já não tem mais o que contribuir. E isso simplesmente não é verdade. A velhice pode ser ativa, criativa, produtiva e cheia de afeto. Mas, para isso, é preciso oferecer estrutura, carinho e respeito.


Então, fica o convite:

Antes de pensar que esse assunto não é com você, lembre-se que todo mundo tem uma avó, um avô… e, com sorte, será um idoso no futuro.

O que você gostaria de encontrar lá na frente?

Porque a forma como tratamos os idosos hoje, diz muito sobre o mundo que estamos construindo para amanhã.

 
 
 

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