Quando os ouvidos começam a falhar com a perda auditiva… e a vida fica silenciosa
- Redação - Casa da Praia
- 16 de jun.
- 3 min de leitura

Você já notou seu pai ou sua mãe pedindo pra aumentar a TV toda hora, ou repetindo “como é?” nas conversas? Pois saiba que isso não é frescura: é um sinal clássico de presbiacusia (diga: prez-bee-a-KU-zia) — o nome chique para a perda auditiva natural do envelhecimento. E não é pouca coisa: estima-se que entre 60% a 64% dos idosos com 65+ anos no Brasil tenham perda auditiva em ao menos um ouvido; no Rio de Janeiro, um estudo encontrou 42,9% de incidência na “melhor orelha” e chocantes 64,3% na “pior orelha”.
Por que isso importa tanto?
• Isolamento social e saúde mental: idosos com baixa audição tendem a participar menos de bate-papos, eventos em família ou almoços com os amigos, o que pode desencadear depressão. Em estudos com participantes da EpiFloripa, quem tinha “autopercepção negativa” da audição teve quase o dobro de chance de sofrer depressão.
• Risco de queda: a sensação de equilíbrio está ligada também à audição — afinal, os sons ajudam a gente a “sentir” o espaço à volta. Um levantamento mostrou que idosos com perda auditiva tiveram 181% mais chance de cair. Uma queda pode ser só um tombo, mas também um gatilho para complicações sérias.
• Declínio cognitivo: estudos recentes indicam que perder audição e não fazer nada a respeito pode aumentar em até 5 vezes o risco de desenvolver sintomas de demência. A explicação? O cérebro fica sobrecarregado tentando filtrar conversas, gerando “carga cognitiva” que, lá na frente, pode acelerar o envelhecimento mental.
O que exatamente é presbiacusia?
É a perda auditiva que surge com a idade. Acontece por causa do desgaste de células sensoriais no ouvido interno e alterações em nervos e vias auditivas no cérebro. Geralmente:
• Começa nas frequências mais altas (os sons agudos).
• É sensorioneural (envolve o nervo e não apenas danos no tímpano).
• Acomete os dois ouvidos, progressivamente, de forma simétrica  .
Ou seja: idosos começam a falar baixo, desligam a TV e pedem pra ouvir sons mais graves. Resultado? “Parece que estão vivendo numa cápsula sonora”!
Mas nem tudo está perdido: há solução!
E é aí que mostramos que somos experts em bem‑estar na terceira idade com alguns passos simples:
1. Faça uma audiometria, o “check‑up dos ouvidos”. Ela avalia o quão bem o idoso ouve diferentes tons (sons graves, médios e agudos).
2. Use aparelhos auditivos: já melhoramos com eles, e eles diminuem riscos de queda e isolamento. Além disso, reduzem a sobrecarga cognitiva, que pode levar ao declínio mental.
3. Fonoaudiologia é amiga!: o fonoaudiólogo ajuda a treinar a escuta ativa e a adaptação ao aparelho, promovendo confiança e autonomia .
4. Evite ambientes barulhentos e cuide de condições como diabetes e hipertensão, que só pioram a audição.
Para fechar com chave de ouro:
A perda auditiva não tratada não é apenas um inconveniente, é um risco real à saúde (queda, isolamento, demência). Mas a boa notícia é que a tecnologia e os cuidados certos devolvem a audição, a autoestima e a vida social.
E você, que se preocupa com os seus, pode:
• Marcar exames.
• Dar apoio para que usem o aparelho (sem preconceitos!).
• Participar das consultas e sessões de fonoaudiologia.
• Estar atento à postura, ambiente, hábitos e saúde geral.
Com delicadeza, e embasamento sério, podemos ser guias da terceira idade com cuidado, respeito e amor. Afinal, ouvir bem é viver bem,
e envelhecer com qualidade é saber que cada som importa. 😊
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